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O "ourar"
O uso de ouro, por parte do
Homem, é um hábito do qual existem
registos desde as primeiras civilizações. Nessas longínquas
épocas, o ouro era visto como algo
muito poderoso e
sagrado, possuir
ouro significava estar mais
próximo do SOL, dai a cor do
ouro assemelhar-se à cor da estrela
maior, relembre-se que as primeiras civilizações acreditavam que
o SOL era o
DEUS todo poderoso e protector.
Com a evolução do Homem o culto do ouro
permaneceu, talvez deixando para
trás um pouco a obsessão do
sagrado, mas manteve a
obsessão do poder.
Para o Rancho Folclórico que
retrata os fins do séc. XIX,
inícios do séc. XX, é necessário
saber, qual o significado e importância que os nossos antigos
atribuíam ao ouro.

Os nossos antigos consideravam o
ouro um sinal de riqueza e
também confiavam-lhe crenças sagradas,
das quais, por exemplo, uma mulher ao fim do 7º dia de vida era
“obrigada” a usar brincos, porque poderiam espíritos maus
“entrar” pelos ouvidos da criança. Outro exemplo da importância
do ouro denota-se na forma de
algumas peças, das quais assemelham-se a um
triângulo invertido, o que as
compara com a púbis da mulher, ou
seja, as mulheres que empregavam peças em
ouro com esta forma seriam mais férteis.
Relativamente ao ouro como sinal de
poder e
riqueza, todas as mães gostariam de ver os seus filhos
casados, com a moça da aldeia que mais
ouro possuísse, não importando para as mães se as futuras
noras eram feias ou bonitas, mas
sim aquela que tivesse o maior “dote”.
O “dote” era o
ouro da família herdado dos seus
antepassados, dote que as filhas
levavam no domingo à missa para cheias de “chieira”
mostrarem aos moços da terra.
Não existe nenhuma regra ou lei, no “ourar”,
o que deve existir é o bom senso de adequar a quantidade e
qualidade do ouro com o traje que
usamos.
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