Associação Cultural e Recreativa de Vila Franca
 
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Rancho Folclórico das Lavradeiras de Vila Franca


  Trajes

Noivos de Viana

Este traje representa os Noivos de Viana e não propriamente os Noivos de Vila Franca. Sendo assim este traje não tem uma área delimitada de uso, pelo que, os noivos representam Vila Franca, assim como toda a área geográfica e etnográfica da região de Viana do Castelo.

Mordoma

A Mordoma era a rapariga baptizada na terra, que ao completar dezanove anos era escolhida pela comissão de festas, para ajudar a angariar donativos para o dia da festa do Santo ou da Santa.

O traje de Mordoma apresenta-se em duas cores, o “Azul” e o “ Preto” também conhecido por “traje de dó”. Este traje era usado três vezes na vida da mulher: no dia da mordomia, no dia do seu casamento e no dia da sua morte.

Este traje era confeccionado especialmente para o dia da mordomia da moça, devota do Santo ou da Santa, a qual carregava na mão (direita) a “Vela Votiva” um dos símbolos emblemáticos do traje de mordomia. Esta vela, era transportada na mão da Mordoma até à igreja no dia da festa, a qual teria de permanecer acesa durante a bênção na missa de festa. Reza a lenda, que se por algum motivo, a vela se apagasse durante este acto religioso, era um indicador de que a mordoma já não era donzela; quantos casamentos ficaram desfeitos devido a este costume!

O traje Azul indica-nos que a Mordoma é filha de Lavrador rico. Devido à abastada bolsa do seu pai, a moça tinha oportunidade de usar este traje na mordomia e comprar um novo, preto, para o dia do seu casamento.

O traje Preto indica-nos que a Mordoma é filha de Lavrador pobre. Então, por razões económicas, para o dia do seu casamento, não era necessário mandar fazer um fato totalmente novo, mas sim trocar o lenço pelo véu, o colete pela casaca e a vela votiva pelo ramo; desta forma, o traje de noiva estava criado e a noiva pronta a casar.

Meia Senhora

A Meia Senhora era a rapariga da aldeia, com uma infância rural, que aquando do seu casamento com um Doutor ou um fidalgo importante, ia viver para a cidade. Devido à sua origem rural, este casamento não lhe atribuía, perante a sociedade da época, o estatuto de Senhora, mas sim de “Meia Senhora”.

Pelo facto da “Meia Senhora” ser uma rapariga da aldeia, esta ainda conserva uma jaqueta preta, contudo, a saia é já elaborada em tecido mais rico, de “chita”.

Este traje tem muitas particularidades, variando muito com a estação do ano. A “Meia Senhora” poderá ser portadora de uma chinela e uma sombrinha para se proteger do calor e do sol, nas estações mais quentes. Enquanto no Inverno, poderá trocar estes adereços por uma bota de meia perna e uma mantinha, para se resguardar do frio.

Poderá usar lenço ou cabelos soltos, consoante a sua disponibilidade, fazendo-se sempre transportar por uma saquinha em crochet, onde guardava o terço e a cartilha no caso de ir à igreja, ou os confeitos para atirar aos noivos no dia do casamento.

 

Vianesa

O traje à “Vianesa” é inconfundível em qualquer parte do mundo. Pela sua beleza e riqueza artística, o traje à “Vianesa” é reconhecido internacionalmente. Este traje apresenta duas tonalidades: a vermelha e a roxa.

A mulher de Viana utilizava este traje em dias de festa. Quando a rapariga era ainda moça e tudo corria bem na sua vida, usava o traje vermelho. Contudo, se a mulher fosse casada, ou o seu namorado tivesse partido para a tropa, ou por qualquer eventualidade, a família atravessa-se um mau período, ela vestia o fato roxo ou de “”, para demonstrar o seu recolhimento.

De salientar que as cores empregues no bordado da barra da saia, devem estar em consonância com o bordado do colete e do peito da chinela, isto é, se a barra da saia do traje for bordada a branco, o colete e chinela devem estar bordados a branco; se a barra da saia for bordada em diversas cores, o colete e a chinela devem estar também estar bordados com as mesmas cores características.

Vendedeira

O traje de Vendedeira é um dos mais característicos e representativos das tradições culturais e etnográficas da nossa Terra. A “Vendedeira” era a camponesa de Vila Franca, que se deslocava à cidade de Viana com um cesto à cabeça, para vender os seus produtos agrícolas. Devido à escassez dos meios de transporte, a “Vendedeira” ia a pé, desde a aldeia de Vila Franca, até à cidade de Viana.

A mulher de Vila Franca era tradicionalmente muito poupada, pelo que, durante o percurso até à cidade, guardava as chinelas e as meias no cesto, fazendo todo o caminho descalça, para desta forma as poder poupar. Só as calçava mesmo à entrada da cidade, pois em Viana, na época, era proibido andar descalço.

Domingar Feminino

O traje de Domingar era utilizado aos domingos pela rapariga de Vila Franca, a qual, mesmo neste dia, não evitava determinadas tarefas domésticas. Usa as peúgas em vez de meias, pois desta forma, era-lhe permitido realizar os trabalhos com mais determinação. Assim, quando tivesse de tratar do gado, ou necessitasse de ir buscar água à fonte, já não corria o risco de sujar as meias; pois é mais fácil lavar o pé do que lavar as meias.

Neste traje, temos duas tonalidades: vermelho e azul. O vermelho, a rapariga usava quando estava tudo bem com a sua família. O azul, era vestido em ocasiões de luto ou de maior aflição, como no caso do namorado ter partido para a tropa ou emigrado.

Como era usado ao Domingo, a saia era elaborada em linho branco, ao contrário da saia do traje de trabalho, que era confeccionada em linho escuro ou estopa, para que não se sujasse com tanta facilidade.

Trabalho Feminino

O traje de trabalho era utilizado pela mulher de Vila Franca, para realizar a lide diária do campo. O linho utilizado para a elaboração deste traje, era fruto do trabalho da camponesa apresentando uma tonalidade escura, pois o trabalho agrícola é árduo, desta forma, não se sujava com tanta facilidade, tornando-se mais rentável. Este traje pode ser acompanhado com adereços simbólicos relativos ao trabalho rural

 

 

Mordomo

O Mordomo era o rapaz, que à semelhança da Mordoma, era escolhido pela comissão de festas do Santo ou da Santa, para ajudar a angariar donativos para o dia da festa. Compete também, a estes “moços” a tarefa de transportar o andor no dia da procissão.

Este traje é constituído por uma camisa de linho com um bordado vermelho, em ponto cruz, umas calças pretas em tecido industrial, casaca ou colete, facha vermelha e chapéu. É sem dúvida um dos trajes masculinos mais representativos do folclore do Alto Minho.

Domingar Masculino

O traje de Domingar era usado pelo homem de Vila Franca ao domingo. Este traje constituído por uma camisa de linho, com peitilho e punhos em algodão industrial e umas calças de “cutim”, o que demonstra a necessidade que a mulher de Vila Franca tinha em pôr o seu marido na moda. Como esta é muito matreira, a camisa, como citado, apenas tem punhos e peitilho em algodão, logo quando o homem vestisse o casaco, a única coisa que se via eram os punhos e o peitilho, desta forma a mulher economizava algum dinheiro, dando a entender que era toda em algodão. Mas a matreirice da mulher de Vila Franca não ficava por aqui, como hábito domingueiro o homem passava o dia na “Tasca”, o que lhe impunha um estado não muito consciente quando regressava a casa, dai aquando da confecção da camisa, o comprimento desta ser bastante maior do que o normal, com o objectivo que a esposa despia-lhe os sapatos e calças e o seu marido estava pronto para dormir.

Namorador ou Morgado

O Namorador ou Morgado era o filho do Lavrador rico, que não precisava de trabalhar, e assim, tinha todo o tempo que entendesse para namorar. Usava um traje branco, camisa e calças, feitos inteiramente em linho. Nos pés, calçava umas chinelas em pele. A acompanhar o seu traje normalmente o Namorador ou Morgado trazia consigo uma vara em pau que lhe permitia defender-se daqueles que não viam com bons olhos a sua vaidade.

 

Trabalho Masculino

O traje de Trabalho é confeccionado com materiais produzidos essencialmente em casa do lavrador. As calças são de cor acastanhada de lã de ovelha preta, e a camisa de linho grosso (estopa). Nos pés usa uns socos ou chancas para os trabalhos árduos do campo. Na cabeça usa um chapéu para se proteger do sol, ou um barrete para os dias mais frios. Este traje pode ser acompanhado com adereços simbólicos relativos ao trabalho rural, como malho, a cabaça, ou outros.

 


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